Sustentável

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7 de out. de 2016

A curiosa psicologia do fake

   

O fenômeno mais verdadeiro da internet é o fake.

Impossível não encontrar um fake a cada dia no twitter, no facebook, no e-mail ou num blog.

Os fakes multiplicam-se, desaparecem estrategicamente, retornam e impõe a sua presença como uma verdade falsa indiscutível e indestrutível.

Um verdadeiro fake não poderia ser chamado simplesmente de falso. Isso soaria fake. Quero dizer, falso. Ou seja, fake. Estou confuso.

Serei um fake?

O interessante é pensar sobre a psicologia do fake.

O que leva um individuo verdadeiro – de carne e osso – a inventar nomes falsos para enviar suas mensagens a um mesmo alvo? Ódio? Falta do que fazer? Doença? Fixação? Bullying? Ter sido abusado sexualmente quando criança? Um cérebro de ervilha? Incapacidade de sair do armário? Obsessão ideológica?

Mentalidade de psicopata? A tranquilidade do anonimato? A estupidez natural auxiliada pelo artificial?

A psicologia do fake é um enigma.

Todo fake é perigoso e inofensivo ao mesmo tempo.

Tem fake que assume tantos nomes de ocasião que acaba por soar falso. Isto é, fake.

O fake ataca quase todo tempo. Mas, se for barrado, ele voltará com outro nome .

 Se barrado, o fake assume uma falsa retórica verdadeira:

– Estão me censurando. Querem que eu desenhe a verdade?

Para barrar os fakes é  estabelecer regras como não liberar comentários com palavrões, difamação, calúnia, injúria, insultos desmesurados e por aí vai.

Os fakes, contudo, são ardilosos e falsificam o conteúdo do que dizem, adaptando-se as regras do jogo.

Um mecanismo anti-fake cada vez mais usado é a recusa do bullying.

Todo fake comete crime de falsidade ideológica.

Há tratamento para fakes. Usa-se, em alguns países, um coquetel de medicamentos antipsicóticos.

Todo fake é um coitado que, depois de ter adotado um novo nome e de ter disparado sua caca virtual, ri sozinho como se estivesse soluçando ou em êxtase pelo ato praticado. 

Especialistas modernos explicam que os fakes não devem ser tratados como criminosos, mas como doentes.
– O que eu faço se encontrar um fake?
– Finja que ele é verdadeiro.
– Como assim?
– Trate-o pelo nome fake

Conclusão:  a vida real do fake deve ser um tédio emocional  que vai da angustia à alegria extrema. Não tem meio termo.

Triste figura real humana é esse ou essa tal de "fake".

(Juremir Machado)

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