Sustentável

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12 de jun. de 2012

Eleição 2012 - NÃO ao vale-tudo na política.

Este é um de uma série de temas que considero importantes para esse que é ano eleitoral.

NÃO ao vale-tudo na política.

O regime democrático é a identidade de governantes e governados e não basta o cidadão estar apto a exercer tais direitos, êle é o juiz da democracia a partir da sua participação política. E os partidos são os núcleos fundamentais da democracia, e tem como função colocar idéias em movimento, formular, apresentar lideranças, construir identidade.

E a década de 80 vivenciou a mobilização nacional para garantir o pluripartidarismo,  eleições em dois turnos (nacional, estadual) e municipal nas cidades com mais de 200 mil eleitores, garantir o Fundo Partidário (recurso público) e tempo gratuito de radio e TV, que não é o ideal, mas é um avanço.

Inquestionável é que não há sistema perfeito. Mas, se não é simples fazer uma reforma política e nem se pode impor formas de comportamento, ao menos devemos resistir com a força da  nossa opinião.

E  essa a opinião de dizer NÃO quando constatamos em 2012 em mais uma disputa eleitoral a política  sendo tratada como uma arte do vale tudo. Há algo muito errado nesse tratamento dado à política.

Se o objetivo da política é servir à sociedade, que se faz representar no poder por meio de agentes eleitos, e se, sendo assim, o interesse popular deve ser o norte destes agentes políticos, por que, na prática, a política se transforma num jogo sem regras, carregado de golpes baixos, onde tudo é visto como aceitável desde que assegure a vitória?.

Quanto afirmo NÃO ao vale-tudo na política é como forma de resistência e transformação. Será que na política vale tudo? O feio na política é perder eleição? Para muitos, sim, e insistem na máxima que os fins justificam os meios.

Quem faz esse juizo de valor  age única e exclusivamente motivada por um projeto de poder – pessoal, familiar, ou de um grupo. E o poder é o  instrumento de satisfação das próprias vontades, ficando as demandas públicas relegadas ao segundo plano.

Por conta da generalização dessas práticas e posturas, os brasileiros têm se desinteressado da política, ignorando debates importantes, votando sem estabelecer critérios, achando que tudo o que acontece, mesmo as coisas mais absurdas, são males inevitáveis do sistema. E essa apatia apenas favorece a perpetuação da má política.

E os partidos políticos pela falta de tradição partidária, também têm sua parcela de responsabilidade na   generalização de práticas e posturas quando não incentivam seus quadros a participarem da vida política, banaliza-se o oportunismo cumprindo apenas uma função canalizadora, manipulativa.

Partidos que  ficam reduzidos a meros cartórios, com função burocrática, distanciando-se dos interesses da sociedade e transformando-se em instrumento para buscar aliados e identificar inimigos.

Aí temos o retrocesso que podemos chamar de ditadura partidária?  , ou de caciques?.

Nada mudará neste segmento sem que haja uma profunda e efetiva mudança no eleitor. 

A transformação ética, moral e qualitativa da nossa política não acontecerá sem que, primeiro, haja uma mudança radical na postura, no entendimento e no comportamento dos eleitores, os verdadeiros agentes transformadores da política.

E não se trata de problema meramente legal. É necessário reinventar  este processo. Só a capacidade de indignação ? ao que parece, insuficiente até o presente - poderá modificar as distorções.

E  na mídia social vemos insinuações de que  candidatos estariam se desviando na sua conduta política não observando limites.  Quem garante que não cometerão desvios de conduta após serem eleitos?.

Faço um convite ao eleitor para refletir como agente transformador  a dar uma resposta definitiva a quem faz da política a arte do vale tudo, rechaçando tais práticas lamentáveis a partir da Câmara Municipal de São Caetano do Sul.